terça-feira, 5 de outubro de 2010

Teoria da Notícia Unificada

A matéria escolhida para ser analisada segundo a teoria proposta por Sousa é " Tiririca elege deputado Protégenes Queiroz e mais dois". Nela, a FDSP expõe gráficos sobre quocientes eleitorais e explica como o enorme número de votos do candidato Tiririca irá levar deputados que obtiveram votação inexpressiva à Câmara.

Segundo Sousa, a teoria baseia-se em sete diferentes forças, que são:

Força Pessoal: a força pessoal utilizada na matéria é quase 100% neutra, visto que o jornalista é intermediário da informação, sem muita influência sobre o leitor. Em algumas situações, entretanto, quando a palavra 'palhaço' é utilizada em referência ao personagem Tiririca - que de fato é um palhaço - pode-se interpretar em dois sentidos diferentes. Candidato ou futuro deputado seriam termos que complementariam a notícia sem dar a ambiguidade desejada pelo jornalista (sendo assim, ele age como "participante").

Força Social: Por ser uma notícia publicada em um grande veículo de comunicação - a Folha de SP - logicamente existe uma força sócio-organizacional decorrente da política interna da Instituição. Entretanto Tiririca é maior do que isso, pelo menos nesse momento. Publicar qualquer matéria sobre o candidato é sinônimo de visibilidade. A matéria será bastante lida, repassada, seja como "zoação" ou protesto. Além da votação expressiva, Tiririca não só levará consigo uma frota de deputados, como pode protagonizar um escândalo, se comprovado que não sabe ler nem escrever. Portanto, existe um comprometimento do jornalista tanto com o público externo, que votou no candidato ou que está indignado com a situação, e logicamente interno, que não pode, nem deve destruir a imagem de Tiririca, mas também não pode fingir que nada está acontecendo.

Força Ideológica: Está claro, que nessa matéria, o jornalista foi o mais objetivo possível, para não entrar no caminho das críticas, lugar-comum quando o assunto é combo Tiririca + política. A ideologia da objetividade, está combinada com a profissional, visto que a matéria mantém um tom de respeito ao candidato, separando as ideias pessoais da atuação profissional.

Força Cultural: Como o tema Tiririca já está batido, em todas as mídias, a matéria foi feita da forma mais simples possível, bastante objetiva. Já que Tiririca é um assunto que por si só, gera comentários, é importante buscar algo a mais para prender o leitor. Tanto a foto do candidato "desmontado", quanto o infográfico sobre os quocientes eleitorais são importantes para chamar atenção do internauta. É uma forma fácil de explicar ao eleitor algo que poucos compreendem - como é composta a Câmara, divisão de cadeiras, etc.

Força do meio físico e tencológico: A utilização de vários infográficos para chamar atenção do usuário, bem como a facilidade de se corrigir erros são as características principais do meio tecnológico. Além disso, a seção de comentários dá a possibilidade ao leitor de criticar, interagir com o jornalista, os transformando em peças-chave para os veículos de comunicação.

Força Histórica: Assim como Enéas em 2002, e Clodovil em 2006, Tiririca marcou a história política do país. Seja pela polêmica do analfabetismo, por ter tido 1,5 milhão de votos, pelo slogan de campanha "Pior do que tá não fica", ou por tudo junto. Ou seja, retratar o que acontece com ele, é acompanhar um momento histórico, mesmo que a grande maioria tenha vergonha de tal feito. Ignorar o que acontece não é o caminho. Muitas pessoas estão envolvidas, e a matéria faz todo o sentido no atual momento em que vivemos, principalmente com o número de sub-celebridades que estão ocupando posições políticas importantes sem nenhuma experiência.

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